E disse Jesus: As
raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem
onde reclinar a cabeça. (Mateus 8:20)
A Teologia da
prosperidade e da libertação tem transformado o cristianismo em uma religião de
conveniências. Não é errado entendermos que através de Cristo somos supridos nas
necessidades físicas, emocionais e materiais. (Mateus 6:28-33, João 14:27, Atos
2:21...) O que pode se tornar um erro, é vivermos um cristianismo voltado
inteiramente para estas coisas, transformando ele, o cristianismo, num
oportunismo de conveniências, onde toda a nossa prática e vida cristã é desenvolvida,
no objetivo de alçarmos estas coisas ou nos tornarmos dignos de tais. (Tiago
4:3, Fil. 3:19, Mat. 6:14 ...)
- Contribuímos para termos mais dinheiro e
consequentemente mais bens materiais.
- Fazemos boas obras para que através delas
nos tornemos merecedores do céu e dos favores de Deus.
- Jejuamos e oramos para sensibilizarmos o
coração de Deus, assim tornando propício o seu favor.
- Perdoamos e ajudamos o próximo, para que
estejamos em condição de receber igual favor de Deus.
O cristianismo
materialista e terreno, afeta diretamente a visão e os valores espirituais,
descaracterizando a comunhão eclesiástica e litúrgica.
Vejamos alguns
sintomas que caracterizam um cristianismo de oportunismo:
- A busca de uma igreja aonde venha me
sentir bem, que tenha princípios e doutrina que se identifique com a minha
maneira de pensar, que tenha ministérios e pessoas legais,
- A busca de um cristianismo e uma igreja
que resolva os meus problemas financeiros, físicos e emocionais,
- Um cristianismo que seja desenvolvido em
um ambiente de pessoas perfeitas, com atitudes perfeitas, que me sirvam
quando eu precisar,
- Um cristianismo que me de a liberdade para
um envolvimento, não sendo permitido cobrar de nenhuma forma uma
participação mais efetiva e comprometida com um ministério desenvolvido na
igreja.
- Um cristianismo que permita respostas
como: quando eu puder, se eu puder, se for possível, se tiver vontade, se
tiver tempo, vou pensar, se não tiver coisa mais importante para fazer, se
não atrapalhar as minhas coisas, se não tiver cansado, se o tempo estiver
bom...
Muitos têm procurado
este estilo de religiosidade, limitam o vir a igreja como uma dever religioso,
o cristianismo não é uma causa, é uma oportunidade de realizações.
Um cristianismo de
oportunismo permite perguntas como:
- O que eu vou ganhar com isso,
- Qual a mensagem que as pessoas gostariam
de ouvir,
- Vai ter comes e bebes,
- Quem vai cantar ou pregar hoje,
- Qual a igreja que eu posso resolver mais
rápido os meus problemas?
O cristianismo não é
uma prática de um oportunismo de conveniência, o cristianismo é mais do que
pão, do que roupa, do que saúde física, do que culto bonito, do que mensagem
agradável, do que ambiente favorável, apesar de serem todas estas coisas boas,
e grande parte delas promessas de Deus, o CRISTIANISMO É UMA CAUSA.
- O cristianismo é um exercício de convicção
– Por cuja causa padeço também isto,
mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de
que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia. (2Tm 1:12)
- É praticado como uma missão – Porque, se anuncio o evangelho, não
tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se
não anunciar o evangelho! (1Co 9:16)
- É exercitado independente de
circunstâncias – Senão o que o
Espírito Santo de cidade em cidade me revela, dizendo que me esperam
prisões e tribulações. (At 20:23)
- É defendido se necessário com a própria
vida – Porque qualquer que quiser
salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por
amor de mim e do evangelho, esse a salvará. (Mc 8:35) Mas em nada tenho a minha vida por
preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério
que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de
Deus. (At 20:24)
- Afasta-nos, as vezes, de pessoas e coisas
que amamos – Assim, pois, qualquer
de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.
(Lc 14:33)
- Não é um luta contra a pobreza, a doença,
contra pessoas; é uma luta contra satanás e suas mentiras, contra o pecado
- Porque não temos que lutar contra
a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades,
contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais
da maldade, nos lugares celestiais. (Ef 6:12)
- Que tem como recompensa uma glória futura –
Ao que vencer lhe concederei que se
assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu
Pai no seu trono. (Ap 3:21) E
todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe,
ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes
tanto, e herdará a vida eterna. (Mt 19:29)
- Que não promete um céu terreno mas um
descanso eterno - E Deus limpará de
seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem
clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. (Ap 21:4)
- Que é vivido na força, na sabedoria e no
poder de Deus - Não to mandei eu?
Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor
teu Deus é contigo, por onde quer que andares. (Js 1:9) Sairei na força do Senhor Deus, farei
menção da tua justiça, e só dela. (Sl 71:16)
Qual o cristianismo
que você está vivendo? Deus nos chama a nos identificarmos com Ele, com sua
causa, nos diz que talvez não vamos ter nada neste mundo, mas com certeza os
galardões nos esperam, porque, para Ele, o mais precioso é a salvação da alma,
pois enquanto as coisas são passageiras, a lama é eterna. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua
alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? (Mt 16:26)
Se Deus não nos desse
nada nesta vida a não ser a vida eterna, terá nos dado o mais importante e
necessário para cada um de nós.
Se não conseguirmos
nada nesta vida a não ser, como instrumento nas mãos de Deus, cooperarmos com a
salvação dos perdidos, teremos feito aquilo que é mais significativo, enquanto
aqui na terra.
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça
nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. (Mt 6:20)
Deus não nos pede nada
que Ele mesmo já não tenha feito, Jesus abriu mão de tudo, para morrer por nós,
e com isso proporcionar a oportunidade de salvação.
Temos que servir a
Deus não por aquilo que Ele pode nos dar, mas por aquilo que Ele é, por aquilo
que Ele representa. Quando fizermos isto, o cristianismo deixará de ser de
conveniência, passando a ser uma causa.
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